• Conheça nosso jeito de fazer contabilidade

    Através da nossa metodologia de trabalho, conhecimento e ferramentas, você empresário, irá compreender que nós seremos um parceiro fundamental para o seu negóicio.

    Nosso trabalho é voltado para a gestão da sua empresa visando facilitar as tomadas de decisão e permitindo que você foque apenas em seu negócio.

    Quer crescer mais? Conte conosco!

    Orçamento para abertura de sua empresa Orçamento para assessoria mensal

Notícia

Contas registram déficit apesar do crescimento da receita total do Governo Central em 8,3%, aponta Tesouro

Despesas decorrentes do apoio emergencial à calamidade do Rio Grande do Sul e das alterações nos calendários de pagamentos do 13º salário da Previdência Social contribuíram para o resultado de maio

A receita total do Governo Central — Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central — fechou o mês de maio de 2024 em R$ 209 bilhões, volume 8,3% maior, em termos reais, do que o mesmo período do ano passado. O resultado foi apresentado nesta quarta-feira (26/6) pelo secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron. No acumulado do ano, as receitas atingiram o patamar de R$ 1,1 trilhão, um crescimento real de 8,5% frente aos cinco primeiros meses de 2023.

Pelo lado da despesa total, houve avanço de 14%, atingindo o patamar de R$ 225,4 bilhões em maio. Entre janeiro e maio, a despesa apurada ficou em R$ 920,4 bilhões. Com esta marca, o resultado primário do Governo Central alcança um déficit de R$ 60,9 bilhões em maio e, no acumulado dos cinco meses, resultado deficitário em R$ 29,9 bilhões.

O resultado conjunto do Tesouro Nacional e do Banco Central em maio foi superavitário em R$ 44,5 milhões, enquanto a Previdência Social (RGPS) apresentou um déficit primário de R$ 61 bilhões. Já no acumulado entre janeiro e maio, há um superávit de R$ 123,3 bilhões e déficit de R$ 153,3 bilhões, respectivamente.

Receita

O crescimento da receita líquida em maio de 2024 deve-se principalmente ao bom desempenho em várias áreas. O Imposto sobre a Renda teve um aumento de R$ 10,1 bilhões, com destaque para o IRPF, que aumentou R$ 7,1 bilhões, reflexo da atualização de bens e direitos no exterior (Lei nº 14.754/2023). O IRRF (Imposto de Renda Retido na Fonte) também contribuiu com um aumento de R$ 1,8 bilhão, em razão do aumento da massa salarial e a baixa taxa de desemprego, conforme informa o Boletim Resultado do Tesouro Nacional comentado pelo secretário em entrevista coletiva realizada em Brasília.

Acesse o Boletim Resultado do Tesouro Nacional de maio/2024, publicado pela STN nesta quarta-feira, 26/6

A arrecadação da Cofins cresceu R$ 4,1 bilhões e a do PIS/Pasep aumentou R$ 1,1 bilhão. Esses resultados refletem os aumentos de 4,9% no volume de vendas (PMC-IBGE) e de 5,6% no volume de serviços (PMS-IBGE) entre abril de 2024 e abril de 2023, além do aumento na arrecadação do setor de combustíveis e da exclusão do ICMS da base de cálculo dos créditos dessas contribuições. O IPI, por sua vez, também registrou um crescimento de R$ 1,5 bilhão, especialmente devido ao desempenho do IPI-Fumo e do IPI-Automóveis.

No entanto, esses aumentos foram parcialmente compensados por uma redução de R$ 3,4 bilhões em Outras Administradas, principalmente devido à queda nos recolhimentos do programa “Litígio Zero” e de “Depósito Judicial”, além do fim da arrecadação do imposto de exportação de óleo bruto instituído pela Medida Provisória nº 1.163/2023. Houve também um aumento de R$ 2,6 bilhões nas Transferências por Repartição de Receita, explicado pela dinâmica dos recolhimentos dos impostos que compõem a base desses repasses.

“Um crescimento expressivo em quase todas as rubricas de receita. Isso é muito importante, pois mostra a consistência da recuperação da base fiscal”, explicou Ceron.

Despesas

No comparativo mensal interanual, o principal fator para a elevação das despesas foi o aumento de R$ 24,4 bilhões nos pagamentos de Benefícios Previdenciários. Esse aumento é explicado, em grande parte, pela diferença nos calendários de pagamentos do 13º salário da previdência social, além do aumento do número de beneficiários e da política de valorização do salário-mínimo. Pelo mesmo motivo, os Benefícios de Prestação Continuada (BPC) também contribuíram com um aumento de R$ 1,4 bilhão.

Os Créditos Extraordinários (exceto PAC) aumentaram R$ 6,4 bilhões, devido ao pagamento de R$ 6,6 bilhões no enfrentamento da calamidade no Rio Grande do Sul. Outras rubricas que contribuíram para o aumento das despesas incluem as despesas discricionárias, que cresceram R$ 8,1 bilhões, e as Obrigatórias com Controle de Fluxo, que aumentaram R$ 3,5 bilhões. Ambos os aumentos foram majoritariamente devido a ações da Saúde, que registraram acréscimos de R$ 8,8 bilhões e R$ 4,2 bilhões, respectivamente.

Em contraste, houve uma redução em maio nas rubricas de Sentenças Judiciais e Precatórios (Custeio e Capital), com uma diminuição de R$ 16,3 bilhões, e de Pessoal e Encargos Sociais, que caíram R$ 1,7 bilhão. Essas reduções se devem à diferença no calendário de pagamentos de precatórios: em 2024, os precatórios foram pagos em fevereiro, enquanto em 2023, o pagamento ocorreu em maio.

Indicadores

Até maio de 2024, o montante de restos a pagar (RAP) pagos, excetuando os RAP financeiros, totalizou R$ 162,7 bilhões. No mesmo período do ano anterior, esse valor foi de R$ 142,9 bilhões. Os cancelamentos de RAP até maio de 2024 somaram R$ 4,5 bilhões, em comparação aos R$ 3,9 bilhões registrados no mesmo período de 2023.

As projeções para a margem da Regra de Ouro em 2024 apontam uma suficiência (margem de R$ 25 bilhões), ou seja, indicam que as operações de crédito não excederão o montante das despesas de capital em 2024. Essa projeção considera a possibilidade de utilização de fontes financeiras exclusivas para pagamento da dívida pública com superávit financeiro de 2023.

Já o acompanhamento da Receita Líquida Ajustada (RLA), receita primária calculada para efeitos do arcabouço fiscal (Regime Fiscal Sustentável), aponta para uma variação real de 5,48%. Segundo essa norma, a variação real dos limites de despesa primária para cada exercício está limitada pela variação real da RLA. Isso significa que o crescimento das despesas do governo deve seguir o crescimento da receita líquida ajustada garantindo assim um equilíbrio fiscal sustentável ao longo dos anos.