• Conheça nosso jeito de fazer contabilidade

    Através da nossa metodologia de trabalho, conhecimento e ferramentas, você empresário, irá compreender que nós seremos um parceiro fundamental para o seu negóicio.

    Nosso trabalho é voltado para a gestão da sua empresa visando facilitar as tomadas de decisão e permitindo que você foque apenas em seu negócio.

    Quer crescer mais? Conte conosco!

    Orçamento para abertura de sua empresa Orçamento para assessoria mensal

Notícia

Justiça decreta falência da Livraria Cultura

Empresa estava em recuperação judicial desde 2019; queda das margens e compra da Fnac em 2017 comprometeram o caixa e provocaram a crise

A 2ª Vara Cível de Falências e Recuperações Judiciais do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) decretou hoje (9) a falência da Livraria Cultura, uma das redes de livrarias mais tradicionais do País. Em seu despacho, o juiz Ralpho Waldo de Barros Monteiro Filho decidiu que a empresa, em Recuperação Judicial (RJ) desde 2019, não estava cumprindo os acordos firmados com os credores, o que justificou a falência.

Em sua decisão, o juiz lamentou o fato e reconheceu a importância da empresa. “É notório o papel da Livraria Cultura, de todos conhecida. Notória a sua (até então) importância, e não apenas para a economia, mas para as pessoas, para a sociedade, para a comunidade não apenas de leitores, mas de consumidores em geral. É de todos também sabida a impressão que a Livraria Cultura deixou para o Prêmio Nobel de Literatura José Saramago, que a descreveu como uma linda livraria, uma catedral de livros, moderna, eficaz e bela. Mas a despeito disso tudo, e de ter este juízo exata noção desta importância, é com certa tristeza que se reconhece, no campo jurídico, não ter o rupo logrado êxito na superação da sua crise”, escreveu o juiz na decisão.

Ao decretar a falência, o juiz chamou a atenção para os repetidos descumprimentos das condições do acordo de recuperação. “Ademais, a administradora judicial consignou diversas vezes quanto à falta do envio das documentações necessárias para a elaboração do relatório mensal de atividades, bem como a inadimplência das recuperandas quanto às parcelas dos seus honorários”.

A Livraria Cultura já estava correndo o risco de falir. Essa probabilidade aumentou a partir de 2020, quando os credores rejeitaram os planos apresentados pela empresa para acertar as dívidas. A Cultura só não faliu pois o plano de recuperação foi mantido pelo TJ-SP.

Dificuldades de caixa

Os problemas de caixa começaram em 2014, com a expansão acelerada dos serviços de vendas e de aluguel de livros pela internet, e com a chegada de dispositivos de leitura, como Kindle e outros. Essas inovações corroeram as margens da Cultura. No entanto, em 2017, a empresa resolveu alavancar suas operações, comprando tanto o portal Estante Virtual – posteriormente vendido à Magazine Luíza – quanto as atividades brasileiras da rede francesa Fnac.

Além de aumentar a dívida, a aquisição trouxe outras atividades, como a venda eletroeletrônicos, que não eram tradicionais na Cultura. Sustentadas com empréstimos, as aquisições drenaram ainda mais o caixa e levaram a rede à RJ em 2019.

Biblioteca na sala

O fim é melancólico para uma empresa fundada pela imigrante Eva Herz. Alemã, ela emigrou para o Brasil em 1938 fugindo do nazismo. Começou o serviço de empréstimos de livros em 1947 a partir de sua própria biblioteca, mantida em casa. Eva atendia a princípio os imigrantes alemães. Em 1969, ela transferiu o controle da Livraria Cultura para seu filho Pedro que, na década passada, passou a dividir o comando com seus filhos, Sérgio e Fábio.